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Apesar de ser a artista mais premiada da história dos Grammy, Beyoncé nunca venceu nas categorias de Álbum ou Gravação do Ano. Com álbuns que abalaram a cultura pop e redefiniram tendências na indústria musical, a cantora continua a ser uma das figuras mais influentes da música. No entanto, poucos artistas foram tão sistematicamente ignorados pela Recording Academy nos prémios principais.
No próximo domingo (dia 2), na 67.ª edição dos Grammy, Beyoncé volta a estar nomeada para Álbum do Ano com Cowboy Carter, um disco que mistura géneros e tem um forte conteúdo sociopolítico. Esta é a sua quinta nomeação nesta categoria, tendo perdido anteriormente para Taylor Swift, Beck, Adele e Harry Styles. Na categoria de Gravação do Ano, a artista soma já nove nomeações sem vitórias.
Um padrão difícil de ignorar
A professora Birgitta Johnson, especialista em estudos afro-americanos e história da música, compara uma possível vitória de Beyoncé à eleição de Barack Obama:
“Se ela ganhar a categoria de Álbum do Ano por ‘Cowboy Carter’, seria, para mim, semelhante a quando Barack Obama ganhou a presidência (…) como negra nos EUA (…) fiquei totalmente chocada”, afirmou à AFP.
Muitos analistas apontam para um padrão nas derrotas da cantora: quase todas foram contra artistas brancos do pop e do rock. A musicóloga Lauron Kehrer destaca que a abordagem colaborativa de Beyoncé, que dá visibilidade a outros músicos e promove a cultura negra, pode ser um fator que a afasta dos prémios principais, já que os votantes tendem a favorecer artistas que produzem os seus trabalhos de forma mais individual.
Kehrer considera ainda que os Grammy refletem um sistema enviesado, que privilegia géneros tradicionalmente associados a artistas brancos, como rock e alternativo.
Uma artista sem rótulos
A versatilidade de Beyoncé tem sido um desafio para a Recording Academy. Este ano, além das categorias principais, a cantora soma nomeações em categorias tão distintas como Performance Pop Solo, Performance Pop em Grupo e Melhor Álbum Country.
“Ela recusa limitar-se”, diz Kehrer, sublinhando que Cowboy Carter reforça a identidade de Beyoncé como uma artista multifacetada e desafia as instituições musicais a acompanhá-la.
No entanto, para a professora Birgitta Johnson, os Grammy precisam mais de Beyoncé do que ela dos Grammy. A presença da cantora é essencial para que a cerimónia se mantenha relevante e pareça mais inclusiva.
Se os Grammy são um teste para medir a evolução da indústria em questões de raça e género, a forma como tratam Beyoncé continua a ser um reflexo das falhas desse sistema, conclui Kehrer.
A cerimónia dos Grammy será transmitida ao vivo a partir da Crypto.com Arena, em Los Angeles, na madrugada de segunda-feira (1h00 em Lisboa), com apresentação de Trevor Noah pelo quinto ano consecutivo.
Escrito por Cordeiro
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